Neste post vou dar minha opinião acerca dos meus álbuns favoritos da década psicodélica. É um post de opinião pessoal, ou seja, eu não vou avaliar qualidade ou influência, e sim gosto pessoal, com o intuito de vocês conhecerem álbuns e músicas que não haviam escutado antes, e quem sabe dar alguma chance. Fora que o Blog é meu e eu posto o que eu bem entender sem ter que dar satisfação a ninguém.
Deixar sua opinião é sempre legal, pode colocar nos comentários(eu não ligo mais vai fundo{Zoas}), todavia neste post não é tão interessante quanto em outros, pois afinal diferente de outros posts, que ouvindo o povo eu posso mudar a lista, aqui a única coisa que vai mudar a lista sou eu mesmo.
Só avisando que uma regra que irei seguir é a de apenas um álbum por banda, para dar chace de variar mais as bandas e gêneros. Fique como um convite pegar as citações a outros álbuns nos textos para ouvi-los também.
Esse post foi pensado pois esses dias vi que a página oficial dos Beach Boys compartilhou um gif sobre o quinquagésimo aniversario do clássico LP "Pet Sounds", ele não vai estar nesta lista pois não sou muito fã da banda, mas por ser um dos discos mais aclamados de todos e por essa data, decidi colocar o álbum como menção honrosa.
10- Revolver- Beatles (1966)
Não sou um grande simpatizante do quarteto de Liverpool, mais dois álbuns me captam a atenção o auto-intitulado(a.K.a White Album) de 68 e o que falarei agora. O LP tem uma mistura contagiante de pop, garage, folk e rockabilly(como já era de praxe dos Beatles) mais agora eles estavam mais maduros, além da adição do psicodelismo era o álbum dos Beatles até então mais Rock N' Roll, o próprio Paul Mccartney disse "Nós dedicamos esse álbum aos Stones".
A mais notória evolução técnica na banda foi de Paul, que evolui muito não só como compositor mais como baixista, ele já era um bom baixista, entretanto ele começa a evoluir logo no "Help"(1965), passando pelo "Rubber Soul"(1965), e ele entra neste disco com outra energia.
Os Beatles deixaram neste álbum de ser aqueles Beatles românticos, quatro garotos bonitinhos que faziam música pra adolescente, e se revelam como artistas cheios de personalidade e com composições extremamente maduras, ainda faltava algumas coisas no aspecto poético, artístico e conceitual que a banda iria conseguir com um pouco mais sucesso depois(poético nem tanto), todavia o sucesso deste LP fez com que a banda realmente seguisse o caminho que não minha opinião foi muito certeiro.
Faixa Predileta: Eleanor Rigby
9- Electric Ladyland- Jimi Hendrix Experience (1968)
O deus da guitarra já tinha lançado dois LPs incríveis, o clássico "Are You Experienced"? e o "Axis: Bold as Love", ambos de 67, ele veio a lançar esse último álbum com o experience. O álbum vem com os solos de guitarra foderosos de Hendrix e com o já conhecido Blues Psicodélico da banda, mais com solos cada vez mais foderosos e com uma pegada de Hard Rock mais poderosa neste álbum, tudo o que os fãs do Hendrix poderiam pedir. Não tem muito o que explicar sobre este álbum é uma banda foda, tocando música foda, em um álbum foda.
Faixa predileta: "All Along the Watchtower"
8- Cheap Thrills- Big Brother and the Holding Company (1968)
Muitos não vão nem reconhecer pelo nome correto, mais se eu lhe disser que este é o álbum de estreia da banda onde nada mais nada menos que Janis Joplin(particularmente minha cantora favorita) era vocalista, e que temos clássicos como "Piece of My Heart", "Ball and Chain", "Summertime" e "Combination of the Two".
Confesso que já fui mais fã da Janis Joplin, no quesito músicas, mais mesmo não gostando tanto quanto já gostei, ela não deixa de ser uma grande cantora, sua voz rouca ecoa em nossos ouvidos do início ao fim do disco, a cada grito você se surpreende mais com o poder vocal da cantora, você sente a presença de palco da cantora em um álbum, poucos vocalistas são capazes de tal façanha. E o álbum não deixa nada a desejar no sentido musical, o particular estilo Soul Psicodélico da banda foi algo inovador em uma época onde a psicodélia só se misturava com blues, as faixas eram simplesmente muito bem encaixadas no LP, tem vários clássicos do blues e do jazz que receberam covers, como "Ball and Chain" e "Summertime"(essa que foi regravada por um mundo antes de Joplin e um mundo depois), e são na minha opinião os melhores covers das respectivas músicas.
O álbum é provavelmente o mais significativo do Soul Psicodélico da história, competindo apenas com "Pearl", também da Joplin e "Maggot Brain" do Funkadelic, e mostrou que Janis Joplin era uma das melhores cantoras do mundo, e que infelizmente viria a falecer apenas dois anos após o lançamento do LP, deixando um enorme legado iniciado por este álbum
Faixa Predileta: Piece of My Heart
7- Disraeli Gears- Cream (1967)
Já anunciavam em pichações em Londres entre 64 e 66 "Clapton é um deus", não sei se é algo divino, mais o que ninguém pode negar e seu talento com a guitarra. Seus temas de sexo e drogas, seus solos de guitarra vinham desde a banda anterior, o Yardbirds (ele foi repôs Jeff Beck o primeiro guitarrista da banda e quando saiu foi reposto por Jimmy Page. Curioso não?), mais agora o Acid Rock estava de lado e dava espaço ao Blues Psicodélico. O LP abre com duas faixas incríveis: "Strange Brew" seguido de "Sunshine of Your Love", uma forma magistral de iniciar um disco. Este álbum é bem simples, porém absurdamente bom, foi uma forma impressionante de entrar e lotar estádios.
Faixa Predileta: Tales of Brave Ulysses
6- Bringing It All Back Home- Bob Dylan (1965)
Este é o último álbum antes da reforma sonora de Bob Dylan, que de um artista de folk foi se tornar um artista de folk rock(nossa quanta mudança), proucure depois o vídeo do Dylan ligando a guitarra elétrica pela primeira vez, perceba o alvoroço do público.
Eu sou particularmente fã deste artista no cenário Folk/Folk Rock, e este álbum realmente é o que tem de melhor do Dylan, eu gosto mais da fase inicial dele só com o violão, a folk sem rock, e esse álbum e bem isso mesmo. Desde a lenta "Mr. Tambourine Man" a forte "Subterranian Homesick Alien", o álbum se constrói de forma gradual, com suas letras de protesto que são a marca de Dylan.
Esses é um dos LPs mais bem construídos de Dylan, onde ele no auge(bem longo) de sua genialidade mostrou o que era o manifesto definitivo do folk.
Faixa Predileta: Subterranean Homesick Blues
5- Tommy- Who (1969)
O ópera-rock de 24 faixas que popularizou o tipo de álbum(ópera-rock), e fez com que vários artistas o fizessem. O Who vinha fazendo álbuns conceituais desde "A Quick One...", que é considerado o primeiro ópera-rock de todos lançado em 66, no ano seguinte lançou "Who Sell Out?", na qual a ideia era fazer o LP parecer uma programação de rádio, com paródias de propaganda inclusive.
A ideia agora era contar a ideia de um garoto cego, surdo, mudo e paraplégico... que era absurdamente bom... em Pinball? Não sei quanto ácido Townsend tomou para ter essa ideia, porém não é que deu certo.
O Who é uma das minhas bandas favoritas, e o seu cativante som garage, não foi substituído, como a maioria das bandas de garage fizeram, eles apenas renovaram e adicionaram pitadas de hard rock, que iria aumentar nos álbuns posteriores,
Nesse álbum o Who provam uma maturidade intelectual de composição que poucas bandas conseguira, e se mantém como um dos meus favoritos da banda
Faixa Pretileta: 1921
4- Let It Bleed- Rolling Stones (1969)
Eu sabia que algum álbum desta banda entraria na lista, só não sabia muito bem qual. A minha dúvida pairava entre três álbuns, "Aftermath"(1966), "Beggars Banquet"(1968), e este. Eu sou meio suspeito a falar dessa banda, por que eu cresci em uma casa onde essa era a melhor banda do mundo, por mais que não esteja entre o meu top 20, quem sabe top 30 de bandas favoritas, era meio estranho eu dizer que não gosto da banda.
O blues rock da banda volta com tudo nesse álbum que é no auge criativo dos Stones, e tudo se encaixa muito bem, desde o nome que é genial (e que não é uma piada com o "Let It Be" dos Beatles, afinal esse álbum saiu antes), a sua capa(uma das minhas capas favoritas), e as letras, que vinham mais afiadas, os Stones passavam por sua fase mais política e filosófica, o sexo e drogas foi colocado um pouco pro lado, e isso deu mais profundidade a banda.
É não só um dos meus álbuns favoritos dos anos 60, como também o meu favorito de toda(e longa) discografia dos Stones, que conta com 29 álbuns de estúdio. A banda fechou a década com grande estilo, com um álbum que é considerado pela crítica como um dos melhores de todos os tempos.
3- Led Zeppelin II- Led Zeppelin (1969)
Quanto você pensa em anos 60 não acho que Led Zeppelin venha a sua cabeça (afinal eles são mais relacionados aos anos 70), mas é sempre bom lembrar que os dois primeiros LPs (o Zep I e II), são de 69. A banda que é considerada por muita gente a maior banda de rock de todos os tempos, já tinha impressionado o mundo com o primeiro LP, o auto-intitulado, com sua junção poderosa de Blues e Hard Rock, que se tornaria um sucesso nos anos 70 com outras bandas como Deep Purple e Black Sabbath (esse mistura Blues com Heavy Metal), neste álbum o elemento Blues é menos presente(não muito), fazendo parte de um processo do Zep, que foi ficando menos Blues e mais Hard Rock.
Esse álbum "abiguinhos" é genial, provavelmente o álbum onde John Paul Jones(baixo) faz seu melhor trabalho, as basslines de "Ramble On" e "Moby Dick" são completamente sensacionais, John Bonham(Bateria) tem todo o espaço do mundo na já citada "Moby Dick", um instrumental de 4 min. que tem apenas baixo e bateria, e John Bonham prova por que é considerado o maior baterista da história. A clássica e perfeita "Wholle Lotta Love", a mais lembrada do álbum, com seus gemidos estranhos e uma grande interpretação de Robert Plant(Vocal), e Jimmy Page(Guitarra), não fica pra trás, ele é um elemento essencial no Zep, sua potente guitarra blues, seus solos, tudo perfeitamente bem feito, riffs sensacionais criados(a especialidade de page na minha opinião), ele simplesmente destrói na guitarra.
O Led Zeppelin manda muito bem nesse álbum, que foi gravado durante uma turnê, e a falta de tempo deu uma crueza única que adiciona muito ao álbum, é o Rock no seu estado mais puro.
Faixa predileta: "Ramble On"
2- A Piper At the Gates of Dawn- Pink Floyd (1967)
A muito tempo atrás no ano de 64, foi formada uma banda em Londres na Inglaterra, uma banda psicodélica, liderada por um gênio chamado Syd Barret, hoje nós vamos contar sobre um tempo em que Barret ainda era o líder da tal banda, antes de ela se tornar Progressiva e sair mundo afora vendendo álbum mais do que se vende água.
Essa é outra banda que não relaciona-se muito com os anos 60 e sim com o auge da banda nos anos 70, entretanto é sempre bom lembrar que eles começaram como uma banda psicodélica. Antes de Gilmour entrar com outras ideias sonoras, Barret já havia dado o tom Suite a banda, ou seja(falando de forma popular) ele já havia colocado sons estranhos e outros barulhos no fundo das músicas, e também já havia demarcado a escala progressiva nas músicas, tanto quanto a sensação de solidão quanto a grandeza sonora, algo que é reaproveitado depois. Porém ele tem uma energia completamente diferente, ele é bem mais cru e menos mirabolante(mesmo não deixando de ser só é menos em relação ao demais), e é provavelmente um dos álbuns com o elemento da psicodélia mais bem demarcado, e um dos poucos psicodélicos a não ter muito de blues.
Os temas baseados em mais diversos temas, desde bicicletas, espaço(um tema que o Pink Floyd gosta muito), perveção e claro drogas (lembrar que barret tinha problemas sérios com drogas).
Esse acabou sendo o único álbum com a participação de Barret (o "Sacerful of Secrets" quase não teve sua participação), e se mostrou uma obra única, e de uma forma que não sei dizer se felizmente ou infelizmente, foi um caminho que preferirão não seguir em termos de gênero, porém esse LP já dá a base do que seria feito mais tarde em álbuns como "Darkside of the Moon"(1973) e "The Wall"(1979), e esse disco prova que Syd Barret é um gênio compositor, não atoa muitos tem sua fase favorita do Pink Floyd como esta, mesmo tendo apenas um álbum.
Faixa Predileta: Astronomy Domine
Menções Honrosas
Surrealistic Pillow- Jefferson Airplane (1967)
Green River- Credence Clearwater Revival (1969)
Buffallo Springfield Again- Buffallo Springfield (1967)
Vincebus Eruptum- Blue Cheer (1968)
Os Mutantes- Mutantes (1968)
1- The Doors- Doors (1967)
É com certeza uma das minhas bandas favoritas, liderados pelo Jim "Deuslicia" Morrison (Meu frontman favorito), a banda de Los Angeles estreou em 1967 com o auto-intitulado, este primeiro álbum da banda de Los Angeles, que já nos dá a mistura de Psicodelia Dark com Blues rock, outro elemento importante era a escolha como o instrumento guia, diferente da maioria das bandas de rock(principalmente na época, que era a era dourada das guitarras)que tinham a guitarra como principal, o orgão que mandava, Ray Manzarek(Teclado) nos surpreende a cada faixa com sua habilidade nas teclas do orgão, quando na maioria das bandas temos solos de guitarra, aqui temos solos de teclado, acho que depois dele a única banda que faria isso de forma semelhante seria o Yes.
Jim Morrison e seu vocal grosso só evoluem ao longo do álbum, a última faixa "The End", é uma verdadeira viagem de 10 minutos. Neste álbum o Doors prova seu valor de forma genial, e entra arrebentando as portas do mercado americano.
Faixa predileta: "Break On Trough(To the Other Side)"
Boa lista, eu colocaria Love forever chances e King Crimson The court of Crimson King.
ResponderExcluirSensato.
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